terça-feira, 2 de novembro de 2010

Será que não dói mesmo? :(


"O amor é o ridículo da vida. A gente procura nele uma pureza impossível, uma pureza que está sempre se pondo, indo embora. A vida veio e me levou com ela. Sorte é se abandonar e aceitar essa vaga ideia de paraíso que nos persegue, bonita e breve, como as borboletas que só vivem 24 horas. Morrer não dói."

CAZUZA

domingo, 31 de outubro de 2010

A Casa que eu Nasci Nela


Sábado foi um dia triste. Um grande amigo meu perdeu sua mãezinha querida. Perder alguém é algo muito forte. Perde-se para a distância, perde-se para outras pessoas, perde-se de si mesmo. Mas perder para a morte dói muito. Nunca mais temos a certeza de reencontrar a pessoa que amamos. Em si tratando de mãe... a dor é indescritível. Há muito tempo, esse meu amigo me recitou um texto que o seu irmão havia criado. Este texto tem como título "A Casa que eu Nasci Nela". Reproduzo aqui em forma de homenagem àquele que considero um dos melhores professores de redação, sabedoria e vida: Erismar Cunha.

A casa que eu nasci nela


Passa o tempo passa tudo, mas não passa
A saudade da casa que eu nasci nela
Tenho saudades da nossa casa de taipo
Tão indefesa perto da linha do trem
O trem passava a casa se balançava
Pratos, colheres tocavam um baião lá na cozinha
E nós corria da cozinha par sala
pra contar vagão de trem escorado na janela



Passa o tempo passa tudo, mas não passa
A saudade da casa que eu nasci nela
Tenho saudades daquele velho pilão
Do banco velho escorado na parede
Do alguidar que servia como pia
Do pote de água fria que mata a nossa sede
Do pau de lenha sempre aceso no fogão
E um punhado de feijão borbulhando na panela



Passa o tempo passa tudo, mas não passa
A saudade da casa que eu nasci nela
Mas tarde pai armava a nossa rede
De noite mãe acendia a lamparina
Ela saia da sala pra cozinha

E contava um por um todos os filhos que ela tinha
E eu ficava balançando em minha rede batendo o pé na parede
Olhando pra sombra dela



Passa o tempo passa tudo, mas não passa
A saudade da casa que eu nasci nela
A casa velha não é mais da nossa gente
É diferente daquela velha tapera
Hoje a casa velha parece uma mansão,

Mas meu pobre coração vê do jeito que ela era
Ela era feia mas cheia de alegria quando mamãe não daria
Pra ver nos de novo nela.

Passa o tempo passa tudo, mas não passa
A saudade da casa que eu nasci nela

terça-feira, 5 de outubro de 2010

Até mais e obrigado pelos peixes!


Galera, o texto a seguir é uma criação de Jéssica Dani, a criaturinha mais carinhosa, fofa, meiga e tudo o que há de simpatia nesse mundo de meu Deus. Aluna da 3ª série do Ensino Médio do Colégio Pequeno Príncipe, é daquelas atentas as aulas e pronta para questionar e exigir do professor respostas convincentes. Uffa, eu me esforço, eu tento pelo menos uahuauha. Sem muito blá blá blá, vamos as palavras:

"Passa-se o tempo e a terra o come.
Foge de progéteis displicentemente correndo no ar.
Corre, escala, deita, rola e ruge como sendo mais um.
A cor, a tinta e o formato do que antes eras lixo, hoje dita os seus prêmios
O bônus máximo em sedimentos magmáticos fundidos
Pedra!
E a exclusão impera, afinal, papel não é só papel e pedra não é só pedra?
Sim, é!
E você é só um Humano, O Humano, o "Animal-stresse"
Feliz sejam os que não pensam.
Viva aos peixes!

Filosofia, crítica, ideias, mas nada de política :)

Galera, Felipe M criou seu próprio blog e agora escreve constantemente suas ideias. Fica aqui a dica do blog desse pequeno grande gênio que vocês já viram seu talento por aqui:


www.felisolofiaminha.blogspot.com

ps. Ele decidiu não falar em política.

Vlw Boy!!!

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Dai à César o que é de Chico


Como descrever o que vivi ontem? Como expressar se não encontro palavras? Tentarei, mas é certo que ficará anos-luz de distância o que senti. Setembro, mês da Liberdade em Mossoró. Pioneira na liberdade política feminina. Lider contra a Guerra do Paraguai. Resistente contra o Bando de Lampião. Primeira a libertar seus escravos.
A festa da Liberdade trouxe à nossa cidade Adriana Calcanhoto e Chico César. Na quarta-feira fui prestigiar a diva carioca. Foi sublime, lindo. Mas ontem, ficou pra história. Ontem eu ouvi:
Jackson do Pandeiro misturado com Hebert Viana
Reflexus com pitadas de Bob Marley, incrementado à Geraldo Vandré
Morais Moreira e marchinhas de carnaval com doses de Gilberto Gil
Tudo isso em um só cantor, compositor e intérpre: CHICO CÉSAR.

Performance incrível, interação com o público (apesar de poucos, já que a maioria estava na confratenização intelectual na Estação das Artes ao som de Calcinha Preta), animação, carinho e respeito pela arte e pela liberdade.
Temas como a liberdade política, sexual, étnica foram pregados pelo cantor - "A Liberdade se faz todo dia"

Virei fã. Abaixo, uma letra que não sai de minha cabeça:

Onde estará o meu amor - Chico César
Como esta noite findará
E o sol então rebrilhará
Estou pensando em você...
Onde estará o meu amor ?
Será que vela como eu ?
Será que chama como eu ?
Será que pergunta por mim ?
Onde estará o meu amor ?
Se a voz da noite responder
Onde estou eu, onde está você
Estamos cá dentro de nós
Sós...
Se a voz da noite silenciar
Raio de sol vai me levar
Raio de sol vai lhe trazer
Onde estará o meu amor ?

sábado, 25 de setembro de 2010

Liberdade! Liberdade? Liberdade?!

Sabe o que dois caras que se entendem pra caramba fazem quando estão no msn? Criam textos uahuahahu. Galera, esse ae foi o primeiro resultado de uma parceria que um dia tinha que acontecer (diga-se de passagem que foi minha primeira parceria), Eu e Felipe decidimos escrever sobre o tema Liberdade. Já que estamos em Mossoró, no mês de setembro, e pra completar... ontem fomos assistir ao espetáculo O Auto da Liberdade. Segue ae o que escrevemos, questionamos, pensamos e enlouquecemos:

Alguns nascem com correntes

E não querem se libertar

Por que pensam que correntes são escudos

Acovardam-se diante da liberdade

E temem em perder sua única defesa

Está preso não é o pior

O pior é o alem das grades

É estar livre e se sentir preso

A uma linha imaginaria que separa o sensato da "loucura"

É ter as chaves das correntes, mas insistir em não usá-las

É ver a luz e decidir não segui-la

É ver a estrada e se recusar a andar

Fingir ser cego

A liberdade é dom ou uma maldição?

É perigoso demais para plebeus como nós?

Ou ousada demais para os espíritos humildes?

Deve ser impossível atravessar a linha do previsível

Talvez tão possível a ponto de chegar aos céus

Pensar não é bom, vou baixar minha cabeça e amarrar mais umas correntes, preciso me apegar mais a o pouco que tenho

E desistir da ideia de ser deus? e permitir que me controlem?

Desistir enfim de uma verdade dita por mim?

Desistir de uma mentira que me acorrenta?

Aceitar um mundo de escravos?

De fantoches?

De homens iludidos com papeis verdes

De guerras e fome "sorteadas" aos milhares

Que nos humilham com dias seguidos de trabalho, de surras e quando enfim pensamos

Somos obrigados a nos calar.

Caso ao contrario eles soltam nossas correntes

E nos soltam alem da linha do sensato

Certamente é o fim


Felipe e Sandro

O que é ser Nordestino?



Diz o ditado que "o nordestino é antes de tudo um forte".
Rodrigo Noah escreveu um pouco sobre isso. Texto, trabalho, seca, suor, garrar e força. Seriam essas palavras de um dicionário de nordestinês? Segue o texto:

A terra rachada com as mãos calejadas

Quantos repentes foram cantados?

Quantos de repente foram julgados?

Minha terra é resistência, mas minha gente não pensa

Minha terra está seca, de justiça, de luta e de valores

Homem branco sou sertão, sou caatinga sou baião

Homem branco sou sertão, sou humilde não sou ladrão

E na serenata inocente descubro o vizinho resistente

Ao homem sofredor que fez do rifle o seu amor

A ventania traz o beijo, mostra o abraço, faz verso perfeito

Para paixão que agora acho...

...Homem branco sou sertão, do cangaço, do abraço

Homem branco sou sertão, sou matuto que pensa no irmão

E as nossas condutas esquecidas com o cansaço

Fazem-me querer chorar na poeira desse mormaço

Minha liberdade, minha luta, meu amor consegui na fé

Consegui com muitos que o tempo me roubou

Homem branco sou sertão e não importa como canto

Homem branco sou sertão já não fico no meu canto

Homem branco sou o começo então perceba que eu mereço

Muito mais do que recebo, mas mesmo assim não me queixo

Por somente viver.

PERSISTÊNCIA PERTINENTE


Antes tarde do que nunca

Antes tarde do que sempre

Antes tarde do que hoje

Antes tarde do que ontem

Antes tarde do que yesterday

Antes tarde do que só

Antes tarde do que reticências

Antes tarde do que etcétera

Antes tarde do que parágrafo

Antes tarde do que parênteses

Antes tarde

Antes tarde

...



ps. Pessoal, sem nada pra fazer e um tédio imenso, resolvi escrever essas frases ae, se não ficou das melhores, perdão... são apenas palavras de um simples aspirante a escritor

terça-feira, 21 de setembro de 2010

Lorca Mossoroensis


Mossoró que te quero verde

Sol que te quero quente

Cultura que te quero capital

Cidade que te quero junina

Chuva que te quero balas

Auto que te quero liberdade

Oratório que e quero Luzia

Universidade que te quero uern

Praça que te quero convivência

Memorial que te quero resistência

Lampião que te quero longe

Jararaca que te quero morto

Cinema que te quero Pax

Celina que te quero eleitora

Ana Floriano que te quero guerreira

Escravos que te quero livres

Sal que te quero Petróleo

Prefeitura que NÃO TE QUERO ROSADO

(Paráfrase com base no poema de Nicolas Behr, Lorca Brasiliensis)