sexta-feira, 1 de julho de 2011

A Revolução dos Bichos Ilustrada, ou seria Chargeada?





João Carlos é um exímio desenhista. Nada melhor do que fazer um trabalho escolar com o dom que se tem. João resolveu ilustrar por charges a sua visão sobre o livro do George Orwell.

Ps. Só os fortes entenderão as charges do JC.

A Revolução Cantada


Não é de admirar a genialidade de Lásaro Alves. Porém, pela minúcia e organização em que seu texto foi criado, fiquei embasbacado e muito feliz por ter a oportunidade de ser professor de um adolescente como ele. Lásaro resolveu desenvolver "A Revolução dos Bichos" através de uma música que o mesmo criou. O texto é grande e isso faz dele um texto ainda mais especial. Nunca vi um livro ser tão bem resumido como este foi.

A revolução cantada

Na Granja Solar, um próspero “lar”

Próxima a vila de Willingdon

Os bichos de uma Inglaterra tão rica e moderna

Estão a se inspirar

Nas palavras do sábio porco Major

Que ao descrever seus desejos

Suas idéias de revolução

Seu sonho, sua visão

De que um dia os bichos ingleses

Poderiam ser um dia como aqueles

Aqueles que os dominam há tanto tempo

Que os forçam a trabalhar sem condições

E os “pagam” com pouca ração

E no coração dos bichos

As idéias de liberdade

Os sonhos de uma vida de verdade

Em que todos sustentam esperança

A vida boa seria uma realidade

Esperaram o dia sem agrado

Divididos pela ideia da revolta

De poder mandar no mundo a sua volta

E no aparecer da oportunidade perfeita

Quando Jones o fazendeiro

Bêbado, moribundo e esquecido

Dá a chance de se libertarem

Com alguma algazarra o velho é vencido

A granja solar agora era realmente um lar

E mesmo não tendo o velho Major

Que fora pela morte levado

A fazenda agora dos bichos

Era um marco de revolução inglesa

Espalhando os ideais

Agora tão leais

As cantigas as leis

Agra eles eram os reis

Os animais liderados pelos porcos

A população pensante animal

Mas que não produzia

Nem tanto quanto cavalos

Bois ou galos

Mas que organizavam e ensinavam

E a massa aprovava

Os lideres que sabiam tanto quanto o humano

Que um dia os mandavam

E que durante todos aqueles anos

Tiveram como aprender

A ler, criar, construir e escrever

Hoje comandam a Granja dos Bichos

Coisa que ninguém podia crer

Humanos tão descrentes

Agora passavam a ver

Que aqueles animais

Depuseram um colega

Implantaram suas regras

E espalham um grito

Um grito de mudança

Que toda a vizinhança

De bichos, de animais

Começaram a mudar

Sem poder esperar mais

E o novo líder

O porco Bola-de-neve

Um animal sábio e fiel

Com intenção de igualdade

Criou as regras, as regras da liberdade:

Primeiro: qualquer coisa que ande sobre duas pernas é inimiga.

Segundo: Qualquer coisa que ande sobre quatro pernas, ou tenha asas, é amigo.

Terceiro: Nenhum animal usará roupas.

Quarto: Nenhum animal dormirá em cama.

Quinto: Nenhum animal beberá álcool.

Sexto: Nenhum animal matará outro animal.

Sétimo: Todos os animais são iguais.

Assim estipuladas, as regras

De que todos os animais

São iguais

E agora podiam viver em paz

Cada qual com sua tarefa

Sua missão, sua meta

O cavalo Sansão

Fiel e trabalhador

Assim como muitos dos bichos

Não muito entendia

Somente sabia

Que para ajudar

Sempre mais ele tinha que trabalhar

E muitos outros o eqüino inspirou

Trabalhando para si mesmos

Não tinha como não produzirem

Tudo era aproveitado e organizado

Uma fazenda fora do comum

Os homens não acreditavam

Como bichos faziam algo

Que todos eles tardavam

Liderados pelos sábios animais

Justos e leais

Prosperaram como nunca mais

Todos os humanos ficaram para trás.

E com tanta abundancia

Controle e festança

Logo a população cresceu

E o esperto Napoleão

Seu plano arquitetou

A pequena ninhada das cadelas

Ele tomou e começou a treinar

Máquinas de morte ele estava a fazer

E ninguém podia perceber

Certo dia o fazendeiro Jones

Querendo sua desforra

Apareceu na sua porta

Os animais já esperavam

A luta começaram

Com grande esforço batalharam

E foram recompensados

Arduamente derrotaram

O inimigo humano que odiavam

Novamente triunfaram e mostraram seu poder

Todos os humanos passaram a os temer

Com tanta prosperidade

A granja passou a evoluir

E os planos de Bola-de-neve

A maioria passou a compreender

Porem a égua Mimosa

Acostumada ao bom viver

Cansada de trabalhar sem regalia

A granja abandonou

E para os humanos ela voltou

Sem se importar com a traição

O sábio Bola-de-neve

De sua sabedoria usou

O moinho se pensou

Era a solução

Produção, conforto, diversão

Tudo isso era muito bom

A grande massa aprovou

Porém o vil Napoleão

Colocou seu plano em ação

Dividiu a granja em opiniões

Com a ajuda das ovelhas berrantes.

Discordava de seu colega

Dizia que o moinho não ia dar certo

Mesmo sabendo que não era verdade

Não compartilhava as idéias de liberdade

Depois de muita discussão

O porco gordo e egoísta

Pôs suas armas à vista

Os cães que havia treinado

Agora eram matadores com agrado

Puseram o pobre líder pra correr

E os bichos começaram a os temer.

Tomando agora o poder

Napoleão, ditador pior não poderia ter

Iniciou seu plano há muito arquitetado

E com medo e palavras falsas controlou a bicharada

Que não era tão sabida e estudada

E por tanto não podiam fazer nada

Passaram a trabalhar mais

Porque o inescrupuloso ditador

Resolveu montar a maquina e que ele tanto tentou impedir de criar

E todos trabalhando forçado

Com a ração cortada

Com privilégios dados aos porcos

Mesmo assim muitos continuavam

Talvez por falta de inteligência

Ou por inspiração nos atos de Sansão

Que ainda trabalhava incansável

Sempre inabalável passou a se questionar

Se os atos do porco Napoleão

Eram os mesmos que o velho Major ia aprovar

E com sua credibilidade na granja

A liderança do ditador passou a ameaçar

Mas com uma lábia afiada o porco soube se virar

Inventou mil e uma mentiras e a leis passou a mudar

Ninguém podia contestar

Já que os únicos que sabiam ler eram

A velha égua Quitéra e o burro

E passou ainda a contar

Com a ajuda do habilidoso Garganta

Que muito bem sabia articular

Discursos e convencimentos eram seu forte

Maleava até os animais de grande porte.

Assim os bichos passaram para outra era

Uma era de infelicidade

Trabalhar, comer, dormir

Essa era sua realidade

Diversão nem pesar, só podiam trabalhar

Tão infelizes quanto com Jones

Mas mal podiam se lembrar

O meticuloso Napoleão mudara tudo

História, fatos, leis

Agora não eram mais reis

Eram os porcos

Que cada vez mais faziam nada e recebiam mais.

Com o moinho pronto e exaustos de tanto laborar

Porém a fraca fundação

Num ataque da granja vizinha que a destruiu

O esforço que todos tiveram

No chão caiu

O pior mal que já se viu.

E usando de sua esperteza

O porco ditador pôs a culpa no honesto

Bola-de-neve

Que agora era culpado por tudo de errado.

Novamente os sofridos animais voltaram a labutar

Sempre mais arduamente e com menos ração

Trabalhavam sem condição

Ainda fora proibida a canção

Aquela que um dia instigou a revolução.

No inverno gélido

Sem colheita sem comida

Puderam dizer que realmente

Pioraram de vida

Mas o tempo passa

Mais uma vez o moinho se apronta

E agora protegidos e reforçados

Ele permanece de pé

Só que o esforço não pára

Continuam a trabalhar

Sempre com a produção alta

A ração escassa mesmo com abundância

Tudo pela ganância

Do porco Napoleão, animal sem coração

Precisando de produtos

Para outro moinho produzir

Iniciou com os humanos

Uma amizade que pior ainda está por vir

Comercializando o excesso da granja

Pôde outro moinho montar

Só que a idade dos bichos só tendia a aumentar

E a aposentadoria, promessa tão aguardada

Deixou de ser verdade

Não seria realizada

E o velho Sansão

Já não se agüentando de cansaço

Continuava a se esforçar
Sempre achando que tinha que ajudar.

E o tempo continua passando

A prosperidade da granja aumenta.

Um golpe na dignidade dos bichos e dado

O maléfico porco muda o nome da Granja

Para Granja Solar novamente

E os bichos se revoltam secretamente

Mas mais uma o ditador os controlou

Botou seus cães para matar

E o medo passou a se instaurar.

Os animais sofrem outro golpe

Quando são atacados novamente pelos humanos de Jones

Uma batalha perigosa onde o velho Sansão sai ferido

Alvejado pelos tiros de humanos ainda consegue trazer a vitória

Mas ninguém se importa,

Pois o que um dia foi uma cavalo aprumado

Agora está despedaçado

E o vil ditador o manda pro matadouro

Onde será transformado em ração

Um golpe no coração

Mas ninguém sabe

Pois ninguém sabe ler e não podiam ver que estavam sendo enganados

O poderoso cavalo fora levado achando que ia ser curado

Somente a Quitéra que já velha ainda pode enxergar

Aonde a carroça o iria levar.

O tempo passa mais ainda

O mesmo esforço, mais moinhos, mais produção e ainda sem satisfação

Somente os porcos que passaram a regozijar da vida boa que passaram a levar

Na casa dos humanos foram morar

Nas camas dormiam

Álcool consumiam

E aprenderam a andar sobre duas patas

Tornaram-se aquilo que um dia mais odiaram.

Os animais, coitados

Nada podiam fazer, não sabiam ler

Manipulados podiam ser

E de nada se lembravam,

Pois foram ludibriados

O ardiloso Garganta as leis alterou

E ninguém viu

Ninguém reclamou

E assim os dias se passaram

Bons para os porcos

Péssimos para o resto

Muitos morreram exaustos na velhice

Muitos nasceram

E depois de tanto tempo já se acostumaram

Acostumaram a viver na mediocridade

Que agora era sua única realidade

Humanos passaram a freqüentar sua granja

Enquanto o porco sua abundancia esbanja

Jantares, bebedeiras festas

Tudo isso os porcos aproveitavam

E os animais sofriam

Mas nem se davam conta disso.

Os costumes, tradições e os símbolos

Todos acabaram enfim

Os porcos se tornaram tão humanos

Que certa noite

Num jantar com os vizinhos

Aqueles mesmos que os atacaram

Uma gritaria, uma confusão

Começou entre os porcos e humanos

Os animais olhavam para os dois

E não sabiam dizer quem era o porco

Quem era o humano.

Lásaro Alves dos Santos

Patrona


Algumas situações que acontecem quando de nossa vida escolar ficarão marcadas para sempre. Como professor, nunca me esquecerei da famosa "A Revolução das Calças Jeans". Esta revolução se deu pelos alunos do 9° ano quando questionaram o porque de usarem uma calça, segundo eles, "ridícula". Sabendo que quem está no "poder" não curte muito ser questionado e contrariado, a escola resolveu dialogar com as criaturinhas, resultado... muitas críticas vieram e uma delas foi a do aluno Felipe Pedrosa, o qual escreveu sobre um reino chamado Patrona.

PS. Qualquer semelhança é mera coincidência ou não.

Patrona – Uma terra de mudanças.

Na grande facção de Morro Soro, há um problema, uma pequena facção no meio do nada divide seu reino, esse pequeno reino se chama Patrona.

Patrona é cercada por floresta, e lhe cruza uma rota de comércio que liga economicamente Morro Soro Norte e Morro Soro Sul. Parte da economia de Patrona é de pedágio, sim Patrona é um parasita, um problema, porém a maior parte de seus lucros vem do suor de seu povo.

Patrona tem como rei na teoria Tírando, porém Tírando não governa, ele está muito envolvido na política e economia de Morro Soro, aí que entram os regentes.

O primeiro grande regente foi Hoferb, esse era autoritário e absoluto, ele conhecia seu povo mais que o próprio povo, ele sabia o que era bom, mesmo que o povo não gostasse de suas decisões tinha a esperança de um bem maior ao final. Ele era confiável e às vezes assistente, era bondoso, mas seu autoritarismo impedia que seu governo fosse totalmente bom.

Depois veio Wastingon, esse era flexível, não explorava,sabia escutar, era presente, revolucionário e liberal. Mas Patrona não é lugar para justiça, não é lugar para bondade. Wastingon recebeu uma proposta de casamento com a duquesa de Nateu, Martisa, ele deixou o povo de Patrona nas mãos de Tírando finalmente.

O povo implorava por comando, implorava por outro regente, mas Tírando retornou, e subiu ao trono de Patrona.

O povo ficou duvidoso quanto ao real rei: - Ele nos abandona e acolhe? Qual o motivo da volta? Finalmente acabou de se meter em relações exteriores?

Rei Tírando, absoluto, poderoso, rico e influente. Patrona esperava entrar em uma era de glória, pois assim como um cão reflete seu dono, o povo reflete seu rei.

Todos os plebeus se iludiram com jóias, capas e terras. Até Tírando falar. Pois é, o reino era mais rico, o rei era mais rico, porém o povo era explorado. Os impostos subiram e os plebeus se irritaram.

Tírando havia mentido quanto a ficar no país, continuava metido nas relações de Morro Soro, e não podendo olhar para dois blocos de dinheiro ao mesmo tempo, pôs novos quatro olhos dentro de Patrona.

Suas duas filhas: Cakem e Martia, em essência as duas eram boas, porém o mais doce perfume de rosas pode ser estragado com uma gota errada.

As filhas não reinavam, não regiam, só olhavam e administrava. Elas entendiam o povo, mas não podiam fazer nada, ele não entendia nada e ditava.

O povo conseguiu enxergar essa situação e não gostou, se antes o espírito revolucionário já sussurrava, agora ele estava gritando, colando avisos em todas as paredes e correndo solto pelas ruas.

Mas a revolução não aconteceria até um estopim, a ultima gota para o copo trasbordar, mas como a situação já era ruim o bastante e Tírando não tinha mais métodos para explorar o povo, o povo decide por a ultima gota por conta própria.

Acharam um problema esquecido: “A questão dos uniformes”

Ela se resumia ao desagrado da população quanto aos uniformes das Forças Armadas Amadas Patroneses (FAAP)

O povo achou seu motivo, quer dizer, motivos já havia muitos, o povo achou sua desculpa para a revolução.

Sua causa era besta, mas seus motivos dignos reclamaram sobre tudo: Promessas não compridas, situação higiênica do país, impostos elevados, posição autoritária do Imperador.

Mas no fim Tírando sufocou o povo que não conseguiu respirar e sem sangue no cérebro pararam de pensar e voltaram a suar.

O povo sofreu nas mãos de seu ditador até nascer um conquistador no horizonte, Tírando admitindo que a FAAP não era suficiente para conter um exército destinado a liberdade, desiste,e assina seu tratado de rendição.

O conquistador irá libertar? Saberá administrar o povo ou ele terá que sofrer novamente?O povo explorado vai ficar calado? Só digo uma coisa: - As expectativas do novo rei são boas.

Todos os Bichos são iguais


Encerramos o semestre no 9° ano do colégio Padrão/Convesti com a leitura do paradidático "A Revolução dos Bichos" do escritor George Orwell. Com sua crítica inteligente e sarcástica, Orwell denuncia os males de um regime totalitário. Não é de se negar que muitas características do que aconteceu na Revolução Russa está presente nesta magnífica obra. Não aos ideais em si, mas o que desvencilhou a esta revolução perder seu foco e chegar ao regime ditatorial stalinista da URSS.

Como trabalho deixei o mais livre possível, ou seja, cada aluno teria a liberdade de escolher o que fazer sobre sua leitura, sobre sua visão do conteúdo apresentado. Bem, esta semana toda, veremos por aqui a genialidade dessa turminha que me cativa a cada dia e me faz amar minha profissão.