domingo, 31 de outubro de 2010

A Casa que eu Nasci Nela


Sábado foi um dia triste. Um grande amigo meu perdeu sua mãezinha querida. Perder alguém é algo muito forte. Perde-se para a distância, perde-se para outras pessoas, perde-se de si mesmo. Mas perder para a morte dói muito. Nunca mais temos a certeza de reencontrar a pessoa que amamos. Em si tratando de mãe... a dor é indescritível. Há muito tempo, esse meu amigo me recitou um texto que o seu irmão havia criado. Este texto tem como título "A Casa que eu Nasci Nela". Reproduzo aqui em forma de homenagem àquele que considero um dos melhores professores de redação, sabedoria e vida: Erismar Cunha.

A casa que eu nasci nela


Passa o tempo passa tudo, mas não passa
A saudade da casa que eu nasci nela
Tenho saudades da nossa casa de taipo
Tão indefesa perto da linha do trem
O trem passava a casa se balançava
Pratos, colheres tocavam um baião lá na cozinha
E nós corria da cozinha par sala
pra contar vagão de trem escorado na janela



Passa o tempo passa tudo, mas não passa
A saudade da casa que eu nasci nela
Tenho saudades daquele velho pilão
Do banco velho escorado na parede
Do alguidar que servia como pia
Do pote de água fria que mata a nossa sede
Do pau de lenha sempre aceso no fogão
E um punhado de feijão borbulhando na panela



Passa o tempo passa tudo, mas não passa
A saudade da casa que eu nasci nela
Mas tarde pai armava a nossa rede
De noite mãe acendia a lamparina
Ela saia da sala pra cozinha

E contava um por um todos os filhos que ela tinha
E eu ficava balançando em minha rede batendo o pé na parede
Olhando pra sombra dela



Passa o tempo passa tudo, mas não passa
A saudade da casa que eu nasci nela
A casa velha não é mais da nossa gente
É diferente daquela velha tapera
Hoje a casa velha parece uma mansão,

Mas meu pobre coração vê do jeito que ela era
Ela era feia mas cheia de alegria quando mamãe não daria
Pra ver nos de novo nela.

Passa o tempo passa tudo, mas não passa
A saudade da casa que eu nasci nela

terça-feira, 5 de outubro de 2010

Até mais e obrigado pelos peixes!


Galera, o texto a seguir é uma criação de Jéssica Dani, a criaturinha mais carinhosa, fofa, meiga e tudo o que há de simpatia nesse mundo de meu Deus. Aluna da 3ª série do Ensino Médio do Colégio Pequeno Príncipe, é daquelas atentas as aulas e pronta para questionar e exigir do professor respostas convincentes. Uffa, eu me esforço, eu tento pelo menos uahuauha. Sem muito blá blá blá, vamos as palavras:

"Passa-se o tempo e a terra o come.
Foge de progéteis displicentemente correndo no ar.
Corre, escala, deita, rola e ruge como sendo mais um.
A cor, a tinta e o formato do que antes eras lixo, hoje dita os seus prêmios
O bônus máximo em sedimentos magmáticos fundidos
Pedra!
E a exclusão impera, afinal, papel não é só papel e pedra não é só pedra?
Sim, é!
E você é só um Humano, O Humano, o "Animal-stresse"
Feliz sejam os que não pensam.
Viva aos peixes!

Filosofia, crítica, ideias, mas nada de política :)

Galera, Felipe M criou seu próprio blog e agora escreve constantemente suas ideias. Fica aqui a dica do blog desse pequeno grande gênio que vocês já viram seu talento por aqui:


www.felisolofiaminha.blogspot.com

ps. Ele decidiu não falar em política.

Vlw Boy!!!

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Dai à César o que é de Chico


Como descrever o que vivi ontem? Como expressar se não encontro palavras? Tentarei, mas é certo que ficará anos-luz de distância o que senti. Setembro, mês da Liberdade em Mossoró. Pioneira na liberdade política feminina. Lider contra a Guerra do Paraguai. Resistente contra o Bando de Lampião. Primeira a libertar seus escravos.
A festa da Liberdade trouxe à nossa cidade Adriana Calcanhoto e Chico César. Na quarta-feira fui prestigiar a diva carioca. Foi sublime, lindo. Mas ontem, ficou pra história. Ontem eu ouvi:
Jackson do Pandeiro misturado com Hebert Viana
Reflexus com pitadas de Bob Marley, incrementado à Geraldo Vandré
Morais Moreira e marchinhas de carnaval com doses de Gilberto Gil
Tudo isso em um só cantor, compositor e intérpre: CHICO CÉSAR.

Performance incrível, interação com o público (apesar de poucos, já que a maioria estava na confratenização intelectual na Estação das Artes ao som de Calcinha Preta), animação, carinho e respeito pela arte e pela liberdade.
Temas como a liberdade política, sexual, étnica foram pregados pelo cantor - "A Liberdade se faz todo dia"

Virei fã. Abaixo, uma letra que não sai de minha cabeça:

Onde estará o meu amor - Chico César
Como esta noite findará
E o sol então rebrilhará
Estou pensando em você...
Onde estará o meu amor ?
Será que vela como eu ?
Será que chama como eu ?
Será que pergunta por mim ?
Onde estará o meu amor ?
Se a voz da noite responder
Onde estou eu, onde está você
Estamos cá dentro de nós
Sós...
Se a voz da noite silenciar
Raio de sol vai me levar
Raio de sol vai lhe trazer
Onde estará o meu amor ?