Os vestígios mais antigos da escrita são originários da região baixa da antiga Mesopotâmia, e datam de mais 5500 anos. Por volta do século VI a.C. os chineses começaram a produzir um papel de seda branco próprio para pintura e para escrita. A notação era um processo bem simples: tinta era colocada num pedaço de papel.
Intrigante é constatar que hoje, milhares de anos depois, continuamos “colocando tinta no papel”. Temos à nossa disposição computadores pessoais, portáteis e até “de mão” capazes de armazenar mais livros do que qualquer biblioteca pessoal. Por que não evoluímos nesse aspecto?
A produção de livros impressos, tal qual é feita atualmente (e assim o é há muito tempo) envolve imensos gastos, inclusive inquantificáveis em valor de dinheiro, como a degradação ambiental. Desde a extração de árvores, transporte, processamento da celulose, fabricação do papel, edição e impressão do livro, sua distribuição pelo mundo e venda, temos um longo caminho de gastos desnecessários. Com a produção e venda eletrônica de livros, tudo isso será evitado.
Antes de mais argumentos, alguém poderia já dizer que não aprecia ler no computador, pois sua vista dói, sua cabeça dói, sua coluna dói… creio que ao acessar o MSN e sites de entretenimento alguma dose de morfina vem do além, pois gastamos horas ininterruptas com eles ao computador, e sem dor alguma! Além do mais, já há no mercado um livro eletrônico ergonometricamente pensado. É leve, pequeno e sua tela não prejudica a visão.
Quanto à movimentação econômica que a industria do livro físico provoca, seus empregos… isso tudo poderia ser perfeitamente revertido para a industria do livro eletrônico, baratiando-o absurdamente. Você consegue imaginar o gasto para aquisição e manutenção de um biblioteca universitária? E todo aquele espaço físico, funcionários, problemas, roubos e danos?
E se comessássemos a imprimir todas as apostilas, manuais, documentos, enfim, tudo o que você costuma consultar no computador? Soa estúpido? Pois é nutrindo-se dessa estupidez que continua-se a imprimir e imprimir livros, revistas e jornais. Nunca na história da humanidade se produziu tanto papel quanto hoje. Alguém, por favor, me aponte o que uma revista ou jornal impresso pode conter e que não encontramos na internet, inclusive de diversas fontes e até com mais riqueza de conteúdo.
Com o planejamento econômico correto, o livro eletrônico estaria ao alcance de todos. Que tal portar milhares de livros num dispositivo de 290g?
Há quem me venha falar dos problemas quanto à aquisição dos livros, evidenciando que cópias piratas se disseminariam, prejudicando o retorno financeiro do autor. Quando à isso, não nos falta inteligência e recursos para criar sistemas com “serial keys” que permitam que utilize o livro apenas quem o comprou, sem compartilhamento para outros dispositivos.
E não se trata apenas de livros. Em quase todos os lugares, ao invés de simplesmente inserirmos os dados em algum sistema online, temos que resolver tudo com pepel. São solicitações , requisições , cadastros, registros, tudo impresso ou escrito em papel, nos fazendo perder tempo, dinheiro e árvores!
As vantagens do livro eletrônico sobre o impresso são evidentes. O problema da transição está apenas nas pessoas, no próprio medo de mudar um hábito e de encarar as novos desafios logísticos que essa transição traria para a economia.
Micael Martins