segunda-feira, 16 de maio de 2011

As vezes o inferno não é tão ruim como dizem




Templos antigos, zigurates

Homens fardados caminham em templos

Seriam fardas, se não fossem amuletos

E suas mentes poluídas e divinas

E suas mentes poluídas e sádicas

Os seus olhos fechados para se concentrar

Os seus olhos abertos para o lucro

Os seus dedos de anéis de ouro

Seus mantos de linho e seda

Sua vida desgastada pelas mentiras

E outras vidas escravizadas por meias verdades

Escravizados pela crença, pela salvação, escravizados por seu libertador

Dor, morte, tristeza e medo

E por uma alma divina o corpo tem que pagar

Em moedas, em traumas, em missas e em cultos

Em vida, em sangue e em horas

O corpo têm que sofrer

Têm que morrer

Têm que fazer de tudo para sustentar “os abençoados” nos lugares em que dormem

Em seus palácios

Em seus templos antigos e zigurates

O corpo não presta, somente o espírito presta

O prazer é um pecado, o prazer dos outros

Nas suas vidas perfeitas, sagradas

Pois alguém tem que manter o povo separado do “céu”

Têm que manter todos distantes da luz

E se certificar que ordens inexistentes que vêm de cima sejam compridas

E se auto intitulam:

Servos de deus

Inimigos do diabo

Mas não falam que na realidade:

São farsantes armados com palavras

São guerrilheiros que desarmam a verdade

São homens sem palavra

Que amam demais

Sua maior invenção:

Um Deus sem coração

Um comentário:

  1. Adorei o poema. É de sua autoria, mestre? Gostaria de publicá-lo em meu blog, com os devidos créditos, claro.

    Fico no aguardo da permissão.

    Excelente! Ótimo! Não tenho palavras para descrevê-lo! Sou cristã, mas não deixo de enxergar as verdades contidas nesse texto.

    Abraços!

    Fátima Menezes - @fatimamd
    http://recantodecaliope.blogspot.com

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